O diagnóstico econômico-financeiro de uma empresa é essencial para a formação de uma opinião fundamentada sobre a sua situação, bem como para a avaliação de sua gestão. É um procedimento importante, mas pouco utilizado por nossas empresas, esclarece Glauco Diniz Duarte.
Muitas vezes chega a ser feito ─ consumindo horas de reuniões na sua elaboração ─ mas, por falta de aderência à realidade ou falta de comprometimento dos envolvidos, não é utilizado como elemento de melhoria da gestão, tornando-se apenas uma peça de ficção dentro do gerenciamento da empresa.
De uma forma geral, as análises econômico-financeiras podem ser classificadas em duas: fundamentalista e dinâmica. A análise financeira fundamentalista consiste em analisar a empresa num determinado momento, baseado nos demonstrativos contábeis, como uma fotografia daquele determinado momento. Enquanto que a dinâmica analisa o funcionamento contínuo da empresa, com foco no seu crescimento autossustentável (ou não), utilizando três indicadores básicos: capital de giro, necessidade de capital de giro e tesouraria.
Para a elaboração de um diagnóstico econômico-financeiro, analisam-se o modelo de negócio da empresa e suas demonstrações financeiras, com foco nos quesitos da mais alta importância em finanças: lucratividade, rentabilidade, liquidez e risco. Através dele, consegue-se fazer uma avaliação de seu desempenho, bem como identificar os resultados das diversas decisões tomadas em determinado período (análise retrospectiva, tradicional).
A partir da análise das informações gerenciais e contábeis e da detecção de pontos fracos e fortes dos processos operacionais e financeiros, consegue-se propor aos gestores alternativas sobre o curso futuro da empresa. Para isso, é fundamental a elaboração do seu orçamento financeiro. Com base nele, a administração terá uma ferramenta para prever com mais precisão os desdobramentos que suas decisões trarão ao futuro das finanças da empresa. Essa observação é importante principalmente para aquelas empresas que adotam uma administração remunerada por resultados. Deve-se oferecer ao gestor a possibilidade de tomar decisões com mais calma e tranquilidade. Isso é possível uma vez que se consiga antever os impactos de suas decisões, considerando ainda que algumas situações, muitas vezes, já foram tratadas anteriormente de forma hipotética.
A administração financeira precisa ter uma avaliação sistêmica da empresa, perante as interdependências existentes entre a área financeira e as outras áreas e com todas as outras entidades externas objeto de relacionamento. Assim, a elaboração do diagnóstico financeiro deve considerar alguns tipos de cenário e, se possível, incluir testes de estresse. Análises simplistas, sem a devida observação do ambiente em que está inserida a empresa, podem induzir a erros graves de avaliação.
O orçamento financeiro deve de fato ser a peça gerencial do planejamento da empresa, o que o deixa diretamente amarrado ao planejamento operacional, com base nas suas metas e nos seus objetivos anuais.
Por outro lado, o diagnóstico econômico-financeiro pode estar diretamente ligado ao planejamento estratégico, em que são determinados os objetivos da empresa com base em caracteres qualitativos. Isso quando se introduzem técnicas de projeção de resultados e de investimentos na construção de alternativas de operação que lhe tragam mais rentabilidade.
Assim, concluímos que o diagnóstico econômico-financeiro empresarial, além de contribuir com a boa gestão, torna-se peça importante no planejamento estratégico da empresa e na observância das variáveis que influenciam o negócio, com base em premissas preestabelecidas.