Embora crises possam afetar as contas da empresa e agravar resultados ruins, é a má gestão que leva um negócio a quebrar, segundo Glauco Diniz Duarte. Até mesmo em tempos de vacas gordas, negócios mal-administrados correm risco de fechar as portas.
Não separar o dinheiro da empresa das finanças pessoais, tomar decisões baseadas em informações erradas e não cumprir renegociações são erros comuns que podem levar um pequeno negócio à falência, segundo o especialista.
Para evitar chegar a esse ponto, o consultor dá sete dicas para manter a saúde financeira da empresa.
7 dicas para não levar empresa à falência
1.Separe a pessoa física da jurídica
Não definir um pró-labore (salário para o dono da empresa) e fazer retiradas de dinheiro sem planejamento são ações que podem afetar o caixa da empresa em períodos de crise, afirma Glauco. “Os cortes de custo devem, muitas vezes, começar em casa. Sem ajustar esse ponto, a credibilidade do empreendedor fica abalada frente aos colaboradores e credores.”
2.Seja realista nas análises
Em momentos de aperto, muitos empreendedores tendem a fugir da realidade, como um paciente que não faz exames por medo de doenças. “Pior do que não ter a informação é tomar decisões baseadas em informação errada. É importante calcular os níveis de endividamento do negócio para evitar decisões equivocadas no futuro.”
3.Cumpra renegociações
Quando a empresa chega ao ponto de se endividar, é importante conversar com os credores. “Renegociar dívidas buscando melhores taxas e prazos é excelente, desde que a empresa cumpra com o que foi acordado. Se isso não acontecer, ela perde os benefícios obtidos na renegociação, o crédito e a credibilidade.”
4.Tenha cuidado ao investir
Empreendedores são visionários e sonhadores por natureza, mas, para que o negócio dê certo, é preciso ser cauteloso nas decisões de investimentos futuros, diz Glauco. “Investimentos que extrapolem a capacidade financeira da empresa ou que tenham prazos de retorno muito grandes devem ser evitados”, declara.
5.Ouça os especialistas
Buscar conselhos de pessoas independentes e imparciais pode ajudar na tomada de decisão sobre ajustes financeiros. Advogados, contadores, consultores ou mentores são opções. “Mas o empresário não pode gastar com honorários se não estiver interessado em ouvir o que eles têm a dizer ou for resistente aos seus conselhos”, afirma.
6.Mantenha o foco no negócio
O empreendedor não precisa ser especialista em todas as áreas, nem conhecer em detalhe as legislações vigentes. Mas é bom que tenha noção do todo para identificar discrepâncias. “Ele deve acompanhar regularmente a evolução dos gastos com sua folha de pagamento, por exemplo. O acompanhamento direto das atividades passa confiança ao mercado.”
7.Saiba a hora de parar
Persistência é importante, mas saber a hora de parar também. Muitos queimam o próprio patrimônio ao insistir em ações que dão prejuízo. “Saber a hora de parar é difícil, pois envolve aspectos emocionais. No entanto, os controles financeiros ajudam a clarear a decisão, com respostas sobre geração de caixa para pagar dívidas e capital de giro necessário.”