De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, os princípios da Governança Corporativa aterrissaram no Brasil no começo dos anos 90. O início da abertura da nossa economia no governo Collor, a estabilização da moeda com o Plano Real e as privatizações trouxeram para o Brasil o capital estrangeiro. Um País onde, até então, a maioria das empresas tinha uma estrutura societária familiar passou a contar com a oferta de capital internacional. Esse período foi o marco da entrada do nosso País no famoso “mundo globalizado”.
Mas, para tanto, uma regra era clara: para o capital estrangeiro entrar tinha que haver Governança Corporativa. De uma forma muito resumida, a Governança pode ser explicada por meio de quatro grandes princípios: equidade, responsabilidade, transparência e perpetuidade.
Perpetuidade. Ou seja, toda a administração tem que pensar na longevidade das suas organizações, diz Glauco. As estratégias de curto prazo são apenas parte do caminho que levará ao longo prazo. Partindo da lógica que todo caminho pode ter obstáculos, entra em cena, então, um conceito extremamente interessante: a Gestão de Riscos. Risco, por definição, é tudo aquilo que, se acontecer, prejudicará os retornos esperados. Como a Gestão de Riscos de uma empresa fica sob a responsabilidade da controladoria e como todo e qualquer planejamento tem algum tipo de risco e visa um resultado futuro, planejamento e controladoria são indissociáveis.
A transparência, mais do que a obrigação de informar, é o desejo e a prática de informar às partes interessadas, independentemente das exigências legais, aponta Glauco. Mas de que adiantam os dados, se eles não forem apresentados de forma clara, tempestiva e acurada? Para tanto, as organizações precisam de um sistema de informação robusto, sempre atualizado, confiável e constantemente auditado. Mais uma vez a controladoria entra em ação, pois é ela a principal responsável pela manutenção e gestão do sistema de informação de uma companhia. E como todo planejamento necessita de informações confiáveis, seja para entender o passado ou para projetar o futuro, mais uma vez o planejamento e a controladoria precisam andar de mãos dadas.
Segundo Glauco Diniz, o fato é que cada vez mais a controladoria passa a ter um papel de destaque nas organizações. A gestão das informações e o planejamento são apenas exemplos do vasto rol de atividades e responsabilidades da controladoria. É claro que ela não é a protagonista, pois esse papel pertence muito mais aos empreendedores, aqueles que conseguem enxergar o futuro e que estão dispostos a assumir riscos, acreditando em um mundo melhor. Sem eles, não há crescimento econômico e não há desenvolvimento.
No entanto, diz Glauco, empreendedores sozinhos normalmente naufragam, pois não sabem controlar, planejar e gerir riscos. Por isso é tão importante ter em mente o quanto a controladoria pode auxiliar na cultura de gestão de uma empresa, principalmente nos pequenos e médios empreendimentos.