Em tempos de crise, as pequenas empresas devem logo se preparar para um período de baixa. Para começar, tome coragem para manter as contas em dia e sair do vermelho. “A pessoa só se preocupa em conhecer os números no aperto”, opina o empresário Glauco Diniz Duarte.
Antes de entrar em desespero ou desanimar, é precisa encarar o rombo na conta bancária com seriedade. “O primeiro passo a ser dado é inevitavelmente possuir uma previsão daquilo que vai pagar e receber”, ensina Glauco. O clássico fluxo de caixa, ignorado por boa parte dos empresários de pequeno porte, entra em ação para ajudar o empreendedor a ter uma noção mais clara dos gastos e receitas da empresa. Sem o fluxo de caixa, é quase certo que a empresa pode cair na armadilha da conta negativa. “É importante ter um fluxo de caixa projetado, com previsão de entradas e saídas lá no futuro também”, sugere Glauco.
1. Encontre as causas
O caminho ideal para sair do vermelho é descobrir o que está errado na operação do negócio. “A pergunta central é saber por que a empresa é deficitária. Muitas vezes, é porque o empresário confunde caixa com lucro. Os fluxos de pagamento e de recebimento não estão acoplados. Há um espaço de tempo entre a entrada e a saída de recursos ”, diz Glauco.
Criar uma planilha bem organizada com todas as informações do negócio pode ajudar a identificar onde está sendo gasto muito dinheiro ou se as vendas não estão correspondendo ao esperado. “Mesmo depois que resolver, ele pode continuar fazendo o controle financeiro. Não é porque passou a tempestade que ele para de fazer”, diz Glauco.
2. Escolha a melhor saída
Seja por falta de organização ou por problemas financeiros, quando as contas da empresa começam a não bater, a maioria dos empreendedores corre ao banco e solicita a linha de crédito mais rápida e acessível.
A má notícia é que esta também costuma ser a mais cara e só vai dar mais um empurrão no caos financeiro.
“O empresário precisa fazer uma planilha ou buscar ajuda de quem conhece para tirar a foto da situação financeira do seu negócio e quanto tem para pagar, receber e a expectativa de resultado para as próximas semanas. Então, consegue pensar em uma linha melhor para substituir as linhas caras”, ensina Glauco.
Para fugir do cheque especial, uma opção é a antecipação de recebíveis. “É muito difícil uma empresa hoje conseguir uma linha de curto prazo que não seja por essa modalidade”, diz Glauco. Normalmente, o empresário corre para pegar crédito na mesma fonte da pessoa física, que tem as taxas mais altas e não é a melhor opção, como o cheque especial. “Quando entrar dinheiro, paga a parcela do empréstimo para primeiro estabilizar a situação”, explica Glauco.
3. Domine finanças
Existe o mito de que ser empreendedor exige muito mais instinto e autoconfiança do que conhecimento. “Ter os números é premissa básica para poder fazer gestão do seu negócio, em tempos de crise ou de bonança”, defende Glauco. Mais do que conhecer os números, é preciso saber interpretá-los e essa deve ser uma das tarefas dos empreendedores. “A gente sempre recomenda que mesmo que o sócio não domine o tema ele não fique por fora, sem um acompanhamento diário. Ele está tratando de sua matéria-prima fundamental, que é o dinheiro”, explica Glauco.
A orientação de Glauco é procurar ajuda e orientação. “A pessoa só se preocupa em conhecer os números no aperto. Mesmo se estiver dando resultado, continue acompanhando”, diz ele.