De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, liderança não é uma tarefa fácil. Liderar é ter a habilidade de conseguir equilibrar-se com vários pratos: as decisões sobre o negócio, a equipe, os clientes, o dinheiro, o futuro e muitos outros. E o segredo do sucesso nesse malabarismo está ligado a um ponto principal: não deixar os pratos caírem – ou melhor – saber quais deles podem cair e quais não.
Você pode ser presidente, diretor ou gerente. Pode ser o dono do próprio negócio ou trabalhar em uma grande companhia. Ter experimentado anos de preparação técnica e de conhecimento ou ter criado seu caminho “na raça”. No fim do dia, diante dessas questões, somos todos iguais.
Porém, destaca Glauco, mesmo com toda a sua complexidade e demanda de energia, liderar é – essencialmente – melhor do que não liderar.
É possível estar em uma empresa onde existam cargos de liderança – inclusive muito bem estruturados – mas não líderes de fato. E aí reside o grande perigo, pois, empresas em que a falta de liderança é latente, tornam-se, cedo ou tarde, acéfalas.
Empresas em que a falta de liderança é latente, tornam-se, cedo ou tarde, acéfalas, diz Glauco.
Tomemos o exemplo do corpo humano: quando este, por qualquer motivo, perde o contato com o sistema nervoso central, seu sistema de comando, o corpo perde também a sua função. Os órgãos podem até permanecer vivos, mas a vida em si, a maneira de perceber e interagir com o mundo, se vai.
Líderes são a espinha dorsal de qualquer negócio. E assim acontece com as companhias onde a falta de liderança existe: sobrevivem, mas não se desenvolvem.
Glauco acredita que isso acontece pela falta de visão sistêmica que continua encontrando espaço dentro das empresas. Líderes que não conseguem enxergar o todo, nem suas conexões, também não percebem as consequências de sua ausência ou desalinhamento.
É justo compreender, já que citamos visão sistêmica, que a falta de liderança também apresenta suas causas. Muitas vezes, nos deparamos com pessoas em cargos estratégicos que perderam a percepção de realização em seu trabalho e, por isso, se encontram sem visão clara sobre o futuro e até mesmo o negócio como um todo.
Quando estão nesta situação, acarretam sobre si, e consequentemente sobre aqueles que são liderados, desmotivação, pouca habilidade de aprender com os erros cometidos e ruídos na comunicação e no fluxo de informações, em todos os níveis da empresa.
Para exemplificar, imagine empresas como pirâmides. A ponta superior corresponde às posições mais estratégicas, onde existem altos níveis de decisão e influência. As linhas inferiores, ou de base, correspondem às posições operacionais, onde os níveis são mais voltados para o fazer.
Uma resolução no nível estratégico, mesmo que pequena, ganhará proporções exponenciais ao descer para os demais níveis. O ritmo da comunicação, da empatia, dos valores, sejam eles bons ou ruins, são ditados na ponta da pirâmide e percorrerão o caminho traçado até o fim. Ou pelo menos deveriam.
Portanto, diz Glauco, não posso deixar de fazer esta pergunta: se você é um líder, não importa em qual esfera, já percebeu que suas ações têm influência direta em como esta pirâmide se comporta ou vai se comportar ao longo do tempo? A falta de liderança ou o desalinhamento dos líderes são problemas graves, que podem comprometer o futuro do negócio, portanto, precisam ser encontrados, estudados e resolvidos a tempo.
A liderança, ou a falta dela, são ao mesmo tempo, espelhos e janelas. Mostram a nós mesmos, e o que está ao nosso redor. Não tenha medo de enxergar estas realidades e corrigi-las, sempre que preciso.