GLAUCO DINIZ DUARTE – Mitos e verdades sobre o óleo do motor
É de conhecimento dos proprietários de veículos que o óleo do motor deve ser trocado regularmente. Contudo, o prazo de troca e o tipo de óleo a ser usado variam de acordo com o modelo. Em geral, a troca do óleo deve ser feita uma vez por ano ou a cada 10.000 km. E sempre que fizer a troca, substitua também o filtro de óleo do motor.
Contudo, essa regra se aplica aos óleos sintéticos. Para óleos minerais, é recomendada a troca a cada seis meses ou 5.000 km, com o filtro substituído a cada duas trocas. Na dúvida, consulte sempre o tipo de óleo e os prazos de troca indicados no manual do proprietário do veículo.
E se eu não trocar?
E por que é importante fazer isso periodicamente? Porque o óleo é responsável por lubrificar os componentes do motor, reduzindo o atrito entre as peças e consequentemente o desgaste das mesmas, melhorando a eficiência do motor.
Se o óleo não for trocado, o contato com o calor do motor e a contaminação com sujeira e detritos, além da alteração da sua viscosidade com o tempo, fazem com que ele perca essa função. E aí o custo de reparo do motor vai sair bem mais caro do que as trocas regulares. Mas existem outras dúvidas comuns que o iCarros ajuda a esclarecer com as dicas da fabricante de lubrificantes Total.
Veja a seguir os mitos e verdades sobre o óleo do motor:
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Óleo de qualidade não envelhece e pode ser usado por muitos anos – MITO
Todos os lubrificantes possuem um período de troca pré-determinado e informado no manual do proprietário, que deve ser seguido à risca. O que varia é que esse prazo pode ser estipulado em função da quilometragem ou por um período específico de uso. Sempre respeite o que ocorrer primeiro.
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O óleo recomendado pelo fabricante é sempre a melhor opção – VERDADE
É fundamental seguir o tipo especificado no manual do veículo, que indica as características técnicas a serem seguidas como viscosidade e nível de desempenho do lubrificante. A viscosidade está sempre identificada na embalagem pelo número SAE. Quanto maior a numeração, mais viscoso é o óleo. Já o nível de performance é identificado pelas siglas API, ACEA e ILSAC.
Atualmente, visando reduzir o consumo de combustível e as emissões de gases poluentes, os novos veículos estão adotando óleos com baixa viscosidade que fluem mais rápido e diminuem o desgaste do motor na partida – quando o motor trabalha a seco por alguns segundos.
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Todos os óleos podem ser usados em qualquer tipo de motor – MITO
A Total destaca que os lubrificantes não são todos iguais, já que existem diferenças de viscosidade e no pacote de aditivos. Por isso, cada modelo de veículo possui uma especificação que deve ser seguida, sempre descrita no manual do proprietário.
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Não posso misturar óleo sintético ou semissintético ao mineral – DEPENDE
Não é recomendado fazer essa mistura, que gera um desbalanceamento do óleo e, em alguns casos, perda de viscosidade e aditivação. Ou seja, o óleo perde a sua eficácia, reduzindo a lubrificação das peças. Contudo, em casos de emergência, a mistura pode ser realizada. Mas apenas em emergências. Depois é recomendado sangrar o sistema e fazer a substituição total do óleo.
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Não existe diferença entre óleos para carro e moto – MITO
Embora lubrificantes para carros e motos sejam semelhantes, eles não possuem a mesma aditivação. Nas motos, a aditivação é diferenciada em função de a embreagem ser lubrificada pelo óleo de motor. Por isso, usar óleo de carros em motos pode ocasionar problemas na embreagem desta.
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Aditivos melhoram o desempenho do motor – VERDADE
Mas aqui é importante destacar que os óleos lubrificantes já vêm aditivados, sendo importante seguir a especificação do manual do proprietário. Os aditivos avulsos não são recomendados pelos fabricantes, pois seu uso pode desbalancear a formulação do óleo, ocasionando borra ou, em casos extremos, lubrificação ineficiente do motor.
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Posso utilizar qualquer tipo de lubrificante em carros antigos – MITO
Carros antigos com a manutenção em dia – mesmo que com alta quilometragem – devem usar o mesmo lubrificante recomendado no manual do veículo. Por outro lado, veículos que estejam queimando óleo e esfumaçando devem usar óleos com maior viscosidade.
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O motor deve estar frio na hora de verificar o nível e quente na hora da troca – VERDADE
Para medir o nível do óleo, é necessário esperar ao menos 10 minutos após estacionar o veículo para que o óleo retorne ao cárter, fazendo com que a leitura seja mais precisa. E não se esqueça de que o nível correto é entre o máximo e o mínimo da vareta. Já na hora da troca, é importante que o motor esteja quente, pois assim o produto flui com mais facilidade e carrega com ele a sujeira do motor para que a troca seja realizada rapidamente.
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Óleo bom é aquele que não baixa o nível e não precisa de reposição e nem fica preto – MITO
É normal que o nível do lubrificante baixe um pouco durante o uso, pois no momento da lubrificação do pistão, um pequeno volume de óleo é “queimado” juntamente com o combustível. Mas a redução esperada é pequena. Por isso, é preciso ficar atento se o nível do óleo apresentar grande variação, o que pode indicar um problema mecânico ou vazamento. E se o lubrificante ficar preto com o uso, é sinal de que ele está cumprindo corretamente sua função, removendo as impurezas do motor. Daí a troca regular ser importante.