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GLAUCO DINIZ DUARTE  Gestão empresarial em foco: a pessoa em primeiro lugar

O mundo moderno e o surgimento de muitas ferramentas tecnológicas trouxeram mudanças nas relações de trabalho. Atualmente, os profissionais, independentemente da área de atuação, trabalham muito mais de maneira estratégica do que operacional. Para se adequar a esse novo contexto, as empresas têm buscado formas de valorizar ainda mais o capital humano e garantir mais produtividade.

 

Com ações de reconhecimento ao papel fundamental que os profissionais desempenham, as organizações vêm conquistando um ambiente de trabalho mais humano e transparente em todos os níveis, incentivando a confiança e o trabalho entre as equipes. Esse é um dos temas desenvolvidos nas salas de aula do curso Especialização em Gestão de Negócios, coordenado pelo ITL (Instituto de Transporte e Logística), promovido pelo SEST SENAT e ministrado pela FDC (Fundação Dom Cabral), uma das 12 melhores escolas de negócios do mundo.

 

De acordo com o diretor-executivo do ITL, João Victor Mendes, o que vem sendo aprendido em sala de aula tem o intuito de levar para as empresas do setor de transporte a valorização do profissional, aliado à melhoria do ambiente de trabalho. “A gestão estratégica de pessoas oferece equilíbrio para as organizações. Os profissionais não são apenas números nas empresas. Eles têm um papel de protagonismo dentro do seu ambiente de trabalho.” O diretor ainda ressalta que o ITL tem o objetivo de lapidar o profissional que as organizações buscam. “Isso só é possível quando é criado um ambiente de trabalho onde o crescimento organizacional aconteça ao mesmo tempo dos crescimentos profissional e pessoal.”

 

Dentro de uma organização, a gestão de pessoas é desempenhada por presidentes, diretores, superintendentes, coordenadores e, até mesmo, por profissionais que não tenham oficialmente um cargo de chefia. Especialistas em Gestão de Pessoas afirmam que a gestão estratégica deve alinhar as necessidades estratégicas das empresas com o desenvolvimento das pessoas que nelas atuam. Esse é um novo conceito empregado pelas organizações em todo o mundo, que deixa definitivamente de lado a visão verticalizada das hierarquias e promove um modelo mais colaborativo e horizontal de trabalho. 

 

Para isso, é importante levar as pessoas a se identificarem com o que está sendo feito dentro das empresas e estar sempre desenvolvendo os profissionais, realizando treinamentos que permitam o autoconhecimento. Isso é o que explica o doutor em sociologia e professor de Gestão Estratégica de Pessoas da FDC, Ricardo Carvalho. “As empresas estão em busca desse profissional, que chamamos de soft skill (profissional com habilidades interpessoais), que consegue resolver problemas e passar por dificuldades sem subir seu nível hierárquico ou sem transformar isso em um outro problema. Esse profissional deve estar sempre disposto a rever posições para o bem-estar coletivo. Isso ficou um pouco em segundo plano há alguns anos. Conseguimos desenvolver as máquinas e, agora, devemos fazer o mesmo com as pessoas. Elas precisam ser vistas pelo que têm de melhor. O profissional tem que ser líder no seu campo de atuação, ter criatividade, refletir sobre o processo de trabalho e propor novas soluções.” 

 

Carvalho destaca o aprendizado que vem sendo vivenciado em sala de aula e como a disciplina vem levando novidades para os gestores do transporte. “Eles ficam surpresos com o conteúdo, pois, geralmente, são pessoas voltadas para procedimentos. Nossa missão é mostrar que é preciso resgatar o lado humano das pessoas. Em todo profissional, existe um ser humano que lida com contradições, se desenvolve e tem múltiplas identidades. Por isso, é preciso abrir a perspectiva de humanizar. É um convite que a pessoa tem que fazer a si própria e mudar a capacidade de perceber o mundo.”

 

Segundo o presidente da ABRH/DF (Associação Brasileira de Recursos Humanos – Regional do Distrito Federal) e consultor internacional na área de recursos humanos, Bruno Goytisolo, para alcançar resultados na gestão de pessoas, é preciso que todos os atores da hierarquia da empresa saibam claramente o seu papel. Na visão dele, gestores e colaboradores devem caminhar juntos pelos mesmos objetivos e metas traçadas. E para que a instituição possa mostrar a importância dos profissionais no ambiente de trabalho, é importante promover ações de reconhecimento e valorização. 

“As pessoas são o maior ativo de qualquer organização. Saber gerenciá-las significa alinhar os propósitos da organização com as crenças e os valores dos seus colaboradores. Trazendo esse alinhamento para o negócio, a organização realmente consegue se diferenciar no mercado.”

 

Goytisolo ainda ressalta que, para lapidar esse profissional, é importante recrutar pessoas que tenham aderência à cultura organizacional. “A organização deve fornecer perspectivas profissionais objetivas e claras, pois, só assim, o colaborador saberá o que deve ser feito para evoluir na carreira. No entanto, as iniciativas de evolução também devem acontecer por parte do profissional, a partir da busca do seu autodesenvolvimento, sempre que possível.” 

 

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