GLAUCO DINIZ DUARTE BorgWarner prevê crescimento consistente no Brasil
A BorgWarner alcançou este mês a marca de 5 milhões de turbocompressores produzidos no Brasil e distribuídos em toda a América do Sul desde 1975, quando instalou-se em Campinas (SP) ainda como Schwitzer, comprada em 1999 pela Borg. “É um número significativo se levar em conta que a empresa durante a maior parte de sua história aqui só fabricava turbos para veículos diesel. O crescimento começou a acelerar nos últimos três anos, quando começamos a produzir aqui turbos para carros flex, segmento que deve avançar mais no futuro”, pondera Vitor Maiellaro, diretor geral da operação brasileira.
Hoje a empresa fornece turboalimentadores para a maioria das marcas de caminhões, ônibus, vans e picapes na América do Sul, tanto para linhas de produção como para o mercado de reposição, e desde 2015 equipa os motores flex EA 211 1.0 e 1.4 TSI feitos pela Volkswagen em São Carlos (SP) e usados no Up!, Polo, Virtus e Golf. Nos próximos anos a previsão é de crescimento das vendas porque mais veículos leves devem adotar motores turboalimentados no Brasil. Além disso, a recuperação do mercado de veículos comerciais pesados está acelerando a produção Na fábrica de Itatiba (SP).
Segundo o executivo, devido ao ritmo de alta da produção, a parada de fim de ano não deve passar de uma semana. “Os pedidos aumentaram e também estamos exportando bastante, principalmente para a linha de vans Sprinter da Mercedes-Benz fabricadas na Argentina, que usam o turbo que fazemos aqui no Brasil”, diz Maiellaro.
A BorgWarner experimenta expansão não só em sua unidade de negócio de turbos, a mais antiga e representativa no País, mas também nas demais divisões, que aumentaram de duas para cinco em apenas três anos. A fábrica de Itatiba, inaugurada em 2013 para expandir as atividades e substituir a unidade de Campinas que ficou apertada, comemora a produção de 3 milhões de embreagens viscosas (elemento para ventiladores de arrefecimento de veículos pesados), o segundo produto da Borg feito no País. Mais recentemente, em 2015, a unidade começou a fabricar correntes de sincronismo de motor, componente que está ganhando novos contratos de fornecimento no mercado brasileiro.
No ano que vem está prevista a nacionalização de mais um componente em Itatiba: o variador de fase do eixo de comando de válvula, identificado como VCT ou VVT, que regula de forma variável a abertura de válvulas de admissão e escape para aumentar a eficiência do motor, uma tecnologia cada vez mais aplicada no Brasil. O VVT começa a ser fabricado em 2019 em uma nova linha de produção na fábrica para atender o projeto de um novo cliente fabricante de veículos conquistado pela empresa.
A BorgWarner também comemora marcos de produção em outras plantas brasileiras. A fábrica Brusque (SC), unidade base de operações no País da divisão Power Drive System na América do Sul, comprada da Remy em 2015 e que em agosto passado celebrou 20 anos de atividade, já produziu 10 milhões de motores de partida – lá também são feitos alternadores.
Outra aquisição da BorgWarner em 2015, a Wahler, alcançou este ano a 150 milhões de válvulas termostáticas de motores produzidas em Piracicaba (SP). Assim como a linha de embreagens viscosas produzidas em Itatiba, a planta faz parte da divisão Thermal da Borg, que produz componentes de gerenciamento térmico para motores.