GLAUCO DINIZ DUARTE Paraná é mais ‘solar’ do que se pensava, aponta mapa
A Itaipu Binacional, em parceira com a UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), se prepara para lançar, na segunda quinzena de abril, o Atlas de Energia Solar do Paraná. O estudo vem sendo feito há dois anos e atualiza dados publicados pela primeira vez vinte anos atrás.
Segundo o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, os novos números mostram que o potencial de geração de energia elétrica solar no Estado é maior do que havia sido apontado.
“O detalhamento que fizemos é muito maior, a metodologia é diferente. Na época só de considerou, falando a grosso modo, a incidência ‘perpendicular’ do sol. Agora estamos usando a mesma metodologia usada no mundo todo”, explica.
Uma das conclusões, prossegue ele, é que a metade norte do Paraná tem um potencial de geração igual a do Nordeste brasileiro, enquanto que a metade sul é melhor do que muitos países europeus. “No Nordeste há mais dias de sol que aqui, mas também tem uma temperatura acima dos 28ºC – o que prejudica a geração nas placas solares”, explica.
Na média, a produtividade paranaense é maior do que em 29 países da Europa e 59% superior à média da Alemanha, país com a maior capacidade instalada do mundo.
Segundo Herlon, o Atlas servirá para que interessados planejem em pontos exatos a instalação das placas solares, tanto em residências quanto indústrias ou comércios.
“No Brasil existe a mentalidade de que energia elétrica só pode ser comprada, enquanto que. na verdade cada um pode ser um produtor”, diz.
Depois do Atlas, será lan- çado um aplicativo de celular que vai calcular, em cada ponto urbano ou rural, a necessidade de produção de energia solar, os custos da instalação e em quanto tempo o retorno do investimento é previsto.
Placas se pagam em sete anos
Segundo o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Herlon Goelzer de Almeida, em preços atuais a instalação de um sistema de energia soltar custa entre R$ 20 e 25 mil para uma família de quatro pessoas. Considerando a economia gerada com a redução na conta de luz, o investimento é pago em cerca de sete anos – depois desse período as placas começam a gerar lucro aos proprietários.
De acordo com Herlon, hoje há cerca de 900 sistemas solares conectados a rede da Copel. Durante o dia, a energia solar é ‘vendida’ para a rede, enquanto de noite, quando não há produção solar, ela é ‘comprada’. “É um sistema que vem funcionando bem”, avalia.