Glauco Diniz Duarte – o que são energia renovável
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o setor de energia brasileiro se destaca por possuir uma matriz energética com grande participação de fontes renováveis, o que acontece em poucos países do mundo. Isso significa que as emissões de gases de efeito estufa (GEE) por unidade de energia consumida no Brasil são pequenas comparadas a outros países.
Em agosto de 2018, as fontes renováveis representaram 81,5% da matriz de produção de energia elétrica do país. A geração hidráulica correspondeu a 62,1% desse total, a eólica, 11,4%, a biomassa, 7,2%, e a solar, 0,8%.
O Brasil, no entanto, ainda tem um longo caminho a percorrer para atingir padrões socioeconômicos comparáveis aos de países desenvolvidos. Por essa razão, o consumo de energia per capita deverá aumentar consideravelmente até 2030, tornando cada vez mais difícil manter os percentuais atuais de participação das energias renováveis.
Visando à continuidade de sua posição de destaque na área energética, o país se propôs no compromisso assumido na COP 21 (NDC) a alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030. Essa meta deve ser atingida por meio do aumento da participação de eólica, biomassa, solar e biocombustíveis para aproximadamente 18% até 2030.
O baixo nível atual dos reservatórios das hidrelétricas, a expectativa de retomada de crescimento do país e os compromissos assumidos no Acordo de Paris (COP 21) abrem espaço para o desenvolvimento ainda maior das fontes renováveis de energia.
O cenário apresenta oportunidades à indústria, produtores de energia renovável e de equipamentos voltados ao setor. Ao mesmo tempo, traz o desafio de garantir a modicidade tarifária e a segurança no fornecimento de energia aos consumidores industriais. Esforços adicionais para mitigação de gases de efeito estufa devem se concentrar em setores que apresentem oportunidades com melhor relação custo-benefício e que não comprometam a competitividade da indústria.