Glauco Diniz Duarte – uranio é energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o urânio é um mineral muito importante, encontrado em rochas sedimentares na crosta terrestre. É muito utilizado em fotografia e nas indústrias de cabedal e de madeira. No entanto, a aplicação mais importante do urânio é a energética (fonte de energia para usinas nucleares).
O Brasil é dono da quinta maior reserva de urânio do mundo, de aproximadamente 300 mil toneladas. Essas reservas distribuem-se entre as jazidas de Itataia, Ceará (142 mil toneladas), onde o mineral está associado ao fosfato e a rochas ornamentais economicamente exploráveis; Lagoa Rela, na Bahia (93.200 toneladas); e outras jazidas menores, como Gandarela, Minas Gerais, onde há ouro associado ao Urânio; Rio Cristalino, no Pará; e Figueira, Paraná. Isto confere ao País segurança estratégica, no que diz respeito ao suprimento de energia por via nuclear.
No Complexo Mínero-Industrial do Planalto de Poços de Caldas (CIPC), uma indústria nuclear extrai urânio como o separa e concentra, produzindo a substância conhecida como “yellow cake” (U3 O8 ), dando início, assim ao ciclo do combustível nuclear. O presente é um depósito com mais de 100 mil toneladas de urânio, um mineral pouco encontrado no Mundo e, por isso mesmo muito valioso. A jazida da Cachoeira, vai render, durante 15 anos, 300 toneladas anuais de urânio concentrado.
Urânio é o combustível que alimenta as usinas nucleares de Angra I (já em operação) e Angra II. Graças a eles, juntas, as duas usinas produzirão energia elétrica que iluminará as casas e moverá as indústrias de grande parte do país.
A exposição às radiações pode ser quantificada através da unidade sievert (Sv) , que equivale à dose absorvida pelo organismo. A dose máxima permitida para o trabalhador é 50 mSv/ano.
Durante todo o processo há um controle muito importante, tanto de monitoração do pessoal quanto do meio ambiente.
Com relação ao pessoal, cada trabalhador recebe um crachá com dosímetro, que mede a dose de radiação que está recebendo. No caso do meio ambiente, é feito um acompanhamento constante e rigoroso de praticamente tudo: ar, solo, água de rios, da chuva ou subterrânea, dos animais, do capim, das árvores. A área de monitoração, normalmente, se estende por um círculo de 30 quilômetros a partir do centro da fábrica.
A empresa responsável pela mineração – minera e beneficia o urânio, e coloca-o em forma de pastilhas de um centímetro de diâmetro, dentro das varetas metálicas de quatro metros de comprimento. Essas varetas, montadas em feixe dentro de uma estrutura, são os elementos combustíveis que alimentam a usina.
Para gerar o calor que a usina transforma em energia elétrica, o urânio é primeiramente transformado em gás, na conversão; depois passa por máquinas que o enriquecem, ou seja, aumentam sua capacidade de gerar energia; na etapa seguinte, é transformado em pó, a reconversão; que mais tarde vira em pastilhas. As pastilhas são colocadas nas varetas que vão formar o elemento combustível. O reator de uma usina como Angra I leva 121 elementos combustíveis. Em cada um deles, estão alinhadas 235 varetas. Ao todo, no reator, são colocadas 11 milhões de pastilhas.
O minério de urânio, atende ainda a diversos setores industriais através do fornecimento de matéria-prima (ilmenita, zirconita e rutilo) para a indústria siderúrgica, automobilística, de fibras óticas e de cerâmicas especiais.
Segundo previsões, por volta do ano 2050, o mundo terá dez bilhões de habitantes, que precisarão cada vez mais de energia. Como as outras fontes de energia (usinas hidrelétricas e termelétricas que queimam petróleo ou carvão) são limitadas, cada vez mais se usará a energia nuclear.
Atualmente a energia nuclear participa com 17% do total de 12 trilhões de quilowatts-hora da energia elétrica mundialmente produzida.