
Glauco Diniz Duarte – brasil e energia renovavel
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, o Brasil é um país com ampla oferta de fontes de energia alternativas, ou fontes renováveis.
E elas são responsáveis por grande parte da geração elétrica no país.
Atualmente, a maior quantidade ainda vem das usinas hidrelétricas, que dominam a matriz elétrica brasileira.
Entretanto, a cada ano elas perdem espaço para outras fontes de energia limpa, em especial a eólica e solar.
Seu uso é feito tanto em grandes usinas como também em projetos menores, instalados nas casas e empresas dos brasileiros que geram sua própria energia.
Conheça abaixo o cenário da energia renovável no Brasil dentro desses dois segmentos.
Geração Centralizada e Distribuída
Mas, antes disso, deixa eu explicar rapidamente quais são esses dois segmentos do setor elétrico.
Até muito pouco tempo atrás, a única alternativa para os brasileiros era consumir a energia da rede elétrica.
Em 2012, então, criou-se o segmento de geração distribuída.
Isso ocorreu através das regras homologas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em sua Resolução Normativa 482.
Assim, o setor elétrico passou a comportar dois segmentos: geração centralizada e geração distribuída.
A geração centralizada é a forma tradicional do fornecimento de energia elétrica.
Ou seja, é a energia gerada em grandes usinas (como as hidrelétricas) e que chega até aos consumidores através da rede elétrica.
Já a geração distribuída é a energia gerada pelo consumidor, próximo ou no mesmo local de consumo.
Confira abaixo uma explicação rápida sobre isso:
Além da vantagem para os consumidores, a criação da geração distribuída também foi benéfica para a energia renovável no Brasil.
Isso porque os micro e minigeradores instalados só podem ser alimentados por fontes de energia limpa.
São elas: solar, hidráulica, eólica e biomassa.
O limite de potência dos geradores depende da fonte que ele utiliza, mas o tamanho máximo que eles podem chegar é de até 5 megawatts.
Confira abaixo um mapa ilustrativo que explica melhor a diferença entre geração de energia centralizada e distribuída.
Energia Renovável no Brasil: Geração Centralizada
A matriz elétrica brasileira é uma das mais limpas do mundo.
Em ordem decrescente de capacidade instalada, as fontes renováveis mais utilizadas em usinas no Brasil são:
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Hídrica – 104,34 GW
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Biomassa – 14,76 GW
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Eólica – 14,73 GW
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Solar – 2,05 GW
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Ondomotriz – 0,05 MW
O Brasil possui mais da metade de sua geração elétrica movida pela força das águas.
Esse extenso uso se explica pelo alto potencial da fonte no país, que perde apenas para a Rússia e China.
As primeiras hidrelétricas no Brasil datam do final da década de 1880.
Com 14 GW (gigawatts) de capacidade de produção, a grande usina de Itaipu é, hoje, a segunda maior hidrelétrica do mundo.
Ela perde apenas para a Três Gargantas, na China, com 18 GW.
Mas esse cenário está mudando.
Os períodos de estiagem que castigam os reservatórios, somado ao desenvolvimento de novas tecnologias, enfraquecem a cada ano mais o reinado das grandes hidrelétricas no Brasil.
Hoje, os investimentos feitos em geração hídrica voltam-se à construção de projetos de pequena central hidrelétrica (PCH).
Em segundo lugar está a geração por termelétricas movidas a biomassa.
Em 2016, o Brasil possuía 517 dessas usinas, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A maioria delas utiliza o bagaço da cana-de-açúcar como combustível.
Outras matérias primas para combustão são: lixívia, resíduos florestais e carvão vegetal.
Liderando as novas tecnologias, a energia eólica vem em terceiro lugar.
A tecnologia registrou enorme crescimento nos últimos anos, especialmente na região Nordeste, que apresenta os melhores ventos do Brasil.
São, atualmente, mais de 600 parques eólicos instalados em todo o país.
Já a energia solar é a grande aposta para a geração elétrica do Brasil nos próximos anos.
A tecnologia fotovoltaica tem conquistado a maioria dos projetos nos últimos leilões de energia promovidos pelo governo.
Os preços altamente competitivos da tecnologia e a maior viabilidade de implantação são algumas das razões para isso.
Assim, as projeções da EPE apontam que, de 1,2% hoje, a energia solar deverá saltar para 10% de participação na matriz elétrica brasileira até 2030.
Por último está a geração pela força das ondas, Ondomotriz.
Ela possui participação ínfima na matriz elétrica, mas seu potencial é grande.
Teoricamente, a costa brasileira poderia gerar até 14 GW de energia.
Porém, sua tecnologia ainda é cara e requer maior desenvolvimento para angariar mais projetos de geração.
Energia Renovável no Brasil: Geração Distribuída
Se na geração centralizada o cenário atual é de mudanças, na geração distribuída o placar já está definido.
E a grande vencedora é a energia solar fotovoltaica.
Desde a sua criação, em 2012, o segmento distribuído cresce puxado pela tecnologia das placas solares.
As razões para isso são muitas, sendo a principal delas a maior disponibilidade da fonte no território brasileiro.
Dos mais de 112 mil geradores instalados hoje no Brasil, 99% deles são sistemas fotovoltaicos conectados à rede.
Projetos em construção e previsões para futuro
Podemos ver então que a energia renovável já possui grande participação na geração elétrica do Brasil.
E a tendência é que ela cresça ainda mais.
Segundo o BIG (Banco de Informações de Geração) da Aneel, existem diversos projetos em construção de usinas movidas por renováveis.
Quando concluídas, essas usinas irão agregar mais capacidade de geração limpa à matriz elétrica brasileira.
Isso sem contar as usinas termelétricas, que não entram nessa lista por não estarem dividias em projetos à biomassa e à gás natural.
Já na geração distribuída, a última projeção oficial da Aneel estima que serão 886.700 geradores instalados no Brasil até 2024.
Isso resultaria em uma potência acumulada de 3,2 gigawatts somente por micro e minigeradores distribuídos.







































