Glauco Diniz Duarte – Como instalar energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, desde 2012, no entanto, milhares de brasileiros vem transformando essa realidade através da instalação de energia solar para gerar a própria energia elétrica, seja em suas casas, empresas, agronegócios ou até mesmo órgãos públicos.
E o melhor, utilizando para isso uma fonte de energia sustentável, limpa e abundante em nosso país: a luz do sol
Um Novo Movimento
Utilizando os chamados sistemas fotovoltaicos On-Grid, esses consumidores conseguem gerar toda a energia que consomem e, assim, obtêm uma redução de até 95% no valor de suas contas de luz, além de ficarem imunes à sua inflação.
De forma simples, o funcionamento desses sistemas começa com as famosas placas solares (módulos fotovoltaicos) que captam a luz do sol e a convertem em energia elétrica dentro de suas células através do chamado efeito fotovoltaico.
Essa energia passa pelo inversor interativo, que a converte para os padrões da nossa rede para que possa ser consumida imediatamente e, caso não haja consumo, ela é injetada na rede de distribuição e “emprestada” para a distribuidora.
É isso mesmo, esses sistemas funcionam em conjunto com a rede elétrica da distribuidora e, como geram energia só com a luz do sol, durante a noite ou em momentos de pouca geração a energia consumida vem dela.
No final do mês, a distribuidora irá realizar o balanço dessa energia injetada/consumida, sendo que todo Watt injetado na rede elétrica gera um crédito energético que “paga” um Watt consumido dela.
Esse sistema de créditos, chamado de sistema de compensação de energia elétrica, foi criado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em sua Resolução Normativa 482, de 2012, e foi o marco que inaugurou esse segmento.
Trata-se de um novo movimento que ganha força no país, com a tecnologia ficando mais acessível com a queda de seus preços e, por outro lado, a inflação energética crescendo devido a crise do nosso setor elétrico.
Este artigo irá explicar absolutamente tudo o que você precisa saber sobre a instalação de energia solar, através de respostas diretas para as 8 perguntas mais frequentes de quem busca essa economia para a sua vida.
#1 Como Fazer Instalação de Energia Solar?
Caso você ainda não saiba, a instalação de energia solar é uma prática comum hoje entre os consumidores para fugir de uma situação onde o único preço a pagar pela energia é aquele cobrado pela distribuidora.
A questão é que cada pessoa, casal ou família consome uma quantidade de energia, por isso os projetos para instalação de energia solar variam para cada um.
E agora? Como faço? Relaxa! Através de uma empresa de energia solar você rapidamente consegue ter o seu projeto dimensionado e seu sistema pode estar instalado e gerando energia para você em muito pouco tempo.
É tudo muito prático e tranquilo, sendo que a empresa cuidará de todas as etapas do projeto, inclusive a solicitação de acesso do sistema à rede da distribuidora, e irá entregá-lo a você já pronto e funcionando.
Peraí, eu tenho conhecimento em elétrica e quero fazer a instalação do meu próprio sistema!
Não é tão simples assim. A tecnologia fotovoltaica possui conceitos específicos e requer profissionais capacitados para a instalação de energia solar, os quais assinam e ficam responsáveis pelo projeto junto a distribuidora local.
Além disso, como explicado anteriormente, não são apenas as placas que compõem o kit de equipamentos do sistema, mas também os inversores e outros dispositivos que garantem a segurança e eficiência na geração elétrica.
#2 Qual o Kit para Instalação de Energia Solar?
Todos os equipamentos que compõem o sistema fotovoltaico, mais cabos e estruturas, compõem o que se pode chamar de kit para instalação de energia solar residencial, ou simplesmente kit solar.
Quando falamos nesses sistemas, muitas vezes o que todos lembram é do painel instalado no telhado, mas, embora desempenhe papel crucial, ele não é considerado o seu principal componente.
Um kit de energia solar fotovoltaica deverá conter um ou mais dos equipamentos listados abaixo:
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Painel Solar Fotovoltaico: é o conjunto de módulos fotovoltaicos (visto que mais de um deles é necessário para gerar a energia suficiente) que são fixados geralmente sobre os telhados para a captação da luz do sol.
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Inversor Fotovoltaico Interativo: é o “cérebro” de um sistema fotovoltaico e considerado o seu principal equipamento, pois converte a energia gerada pelas placas no tipo de energia que consumimos de nossas tomadas (de corrente contínua para corrente alternada), além de direcionar a energia não consumida para a rede da distribuidora.
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Caixa de Junção / String box: conjunto de componentes para proteção dos módulos contra surtos de redes e demais danos elétricos, como também a chave de acesso para desligamento do sistema no caso de reparo.
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Estruturas de suporte e ancoragem: são os trilhos e demais componentes necessários para fixar os módulos sobre o telhado, ou, caso forem ficar sobre o solo, as estruturas de suporte com a altura adequada.
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Cabeamento: todo o conjunto de cabos e conectores para fazer a ligação elétrica entre os equipamentos do kit de energia solar fotovoltaica.
Para sistemas fotovoltaicos isolados da rede (Off-Grid), o kit ainda é composto de um banco de baterias e um equipamento chamado controlador de carga, que fazem o armazenamento da energia gerada e não consumida.
Podemos ver, então, que as placas solares sozinhas não compõem um kit de energia solar, mas sim o conjunto de todos os equipamentos usados na captação e conversão da luz em eletricidade.
#3 Como Funciona a Instalação de Energia Solar?
A instalação dos sistemas fotovoltaicos costuma ser a parte mais rápida de todo o processo da compra de energia solar, o qual envolve 8 passos:
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Orçamento e negociação
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Fechamento
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Visita Técnica
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Projeto Executivo
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Processo Logístico
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Planejamento da Instalação
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Instalação
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Comissionamento e Conexão Na rede
A instalação do sistema acontece após todo o projeto já ter sido desenvolvido e aprovado, com todos os equipamentos já entregues no local e com a data da obra já estabelecida entre você (cliente) e a empresa.
Para isso, a empresa já terá definida a equipe de instalação e quantos dias serão necessários para o serviço, sendo que em uma instalação residencial esse prazo costuma ser entre 3 e 4 dias, com uma equipe de 3 profissionais.
A instalação começa com a estrutura de fixação dos módulos, sendo os trilhos corretamente parafusados e nivelados para que as placas, quando instaladas, não sofram com problemas de torção ou mal encaixe.
Logo em seguida, os módulos são desembalados individualmente e içados com cordas até o telhado para serem fixados nos trilhos.
Após a fixação dos módulos solares, inicia-se então a instalação da parte elétrica do sistema solar fotovoltaico.
O inversor interativo é fixado na parede, logo em seguida a string box, com os fusíveis, DPS, chave seccionadora e disjuntores.
O instalador fará também a conexão elétrica desse sistema solar, através dos cabos fotovoltaicos e o aterramento de todos os componentes metálicos ou que possuam contatos elétricos, desde o inversor até o trilho de fixação.
Além disso, o inversor interativo é conectado à unidade consumidora (sua casa), através do quadro de distribuição do imóvel ou através do ramal de entrada do local. Em ambos os casos, essa conexão é feita através de disjuntores.
Por fim, a equipe de instalação faz os últimos testes no sistema fotovoltaico. A conexão de todos os componentes de proteção é checada, juntamente com os módulos fotovoltaicos e cabeamento.
O técnico afere os níveis de tensão e corrente de geração, instala as placas sinalizadoras de geração distribuída na unidade consumidora e finaliza o atendimento.
Após finalizada a instalação, resta à distribuidora enviar técnicos para averiguar a obra e, estando tudo conforme o projeto, o sistema é conectado à rede e o relógio de força substituído por um modelo bidirecional.
#4 Tem Como Fazer Instalação de Energia Solar em Apartamento?
Mas eu moro em apartamento e não tenho telhado ou espaço para a instalação do sistema, como faço?
Essa barreira que impedia milhões de consumidores brasileiros de gerar a sua própria energia elétrica foi solucionada pela Aneel em 2015, através de sua Resolução Normativa 687 que criou três modalidades de geração.
Usando o sistema de compensação de energia elétrica, que produz os chamados créditos energéticos, essas modalidades permitiram que consumidores sem espaço próprio pudessem gerar de forma remota ou compartilhada a sua energia. Elas são:
Geração em Empreendimento com múltiplas unidades consumidoras
São os condomínios residenciais ou prediais, onde os consumidores se unem para instalar um micro ou minigerador central e compartilhar da energia gerada, assim como utilizá-la para alimentar as áreas de uso coletivo, sendo que o sistema fica a cargo da administração do condomínio ou proprietário do empreendimento e cada casa ou apartamento, assim como a área comum, constituem uma unidade consumidora.
Também é necessário que as unidades consumidoras estejam localizadas em uma mesma propriedade ou em propriedades contíguas, sendo vedada a utilização de vias públicas, de passagem aérea ou subterrânea e de propriedades de terceiros não integrantes do empreendimento.
Exemplo:
Você, morador de apartamento, pode se juntar a outros consumidores do seu prédio para adquirirem um sistema que será instalado em área comum do condomínio, dividindo os créditos gerados e usando-os para abater do consumo de seus respectivos apartamentos.
Geração compartilhada
Quando dois ou mais consumidores que estejam sobre a mesma área de concessão da distribuidora se unem, através de consórcio ou cooperativa, para instalar um micro ou minigerador e compartilhar dos créditos gerados por este.
A geração compartilhada permite a união de consumidores pessoas físicas (CPF) ou jurídicas (CNJP), e estes deverão definir previamente a porcentagem da energia gerada e que será compensada para cada um.
Exemplo:
Você, morador de apartamento, pode se juntar a um ou mais consumidores que também não tenham espaço para sistemas próprios e, juntos, adquirirem um sistema, que deverá ser instalado em local diferente, porém dentro da área de concessão da distribuidora. Os créditos gerados serão compartilhados na porcentagem pré-definida à instalação para abater do consumo local de cada participante.
Geração de Autoconsumo Remoto
Essa modalidade permite a um morador de apartamento (ou casa também), mas que tenha outro imóvel ou terreno para instalação de energia solar, implantar o sistema nesta localidade e utilizar os créditos gerados para abater o consumo de onde reside.
Este local onde será instalado o sistema deve ser da mesma propriedade do consumidor e ambos devem estar localizados dentro da área de concessão da mesma distribuidora.
Essa modalidade beneficia também consumidores que moram em imóveis alugados e que não podem instalar o sistema neste, porém que possuem um terreno com espaço disponível.
Ainda, a instalação de energia solar para autoconsumo remoto também traz vantagem para aqueles consumidores com local disponível onde residem, porém que também possuem espaço em outro local com maior irradiação e condições técnicas mais favoráveis para geração solar.
Como exemplos de uso dessa modalidade, podemos citar:
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Instalação do sistema em um sítio, fazenda ou casa de praia e compensação dos créditos no apartamento ou casa na área urbana;
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Instalação do sistema em um terreno ou lote vazio e compensação dos créditos em casa de condomínio;
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Instalação do micro ou minigerador na sede da empresa e utilização dos créditos na(s) filial(s).