Glauco Diniz Duarte – Energia solar vai ser cobrada
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, a taxa mínima de luz é o valor cobrado pelas distribuidoras de todos os seus consumidores residenciais, inclusive aqueles com sistemas fotovoltaicos on-grid, para suprir os custos de sua infraestrutura e manter a energia sempre disponível, sendo definido de acordo com o perfil de cada unidade consumidora.
Um sistema fotovoltaico pode zerar o seu consumo de energia da distribuidora, mas não irá zerar a sua conta de luz.
A razão disso é o chamado custo de disponibilidade, melhor conhecido como taxa mínima de luz.
Taxa mínima de luz: o que é?
É o valor mínimo que você, consumidor residencial, paga para ter acesso a rede elétrica da sua distribuidora.
Podemos pensar nela como uma mensalidade, mas que você só paga caso o seu consumo mensal não atinja esse valor mínimo.
Ou seja, se o que você consumiu no mês ultrapassar esse valor, então você só paga o que consumiu.
Por isso o nome “custo de disponibilidade”.
Pois refere-se aos custos que a distribuidora tem para manter a sua estrutura funcionando e disponibilizando energia aos consumidores no momento em que precisam.
Portanto, mesmo que você desligue todos os seus equipamentos elétricos e fique fora de sua residência durante o mês inteiro, esse valor mínimo será cobrado em sua conta de luz.
Qual o valor da taxa mínima de energia elétrica?
Irá depender do perfil de consumo da sua residência e do seu padrão de entrada.
O custo é calculado em consumo por quilowatt-hora (kWh), com base na tarifa vigente da distribuidora.
De acordo com a Resolução Normativa 414 de 2010, da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), fica estipulado:
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Residências com padrão monofásico: valor referente ao consumo de 30 kWh;
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Residências com padrão bifásico: valor referente ao consumo de 50 kWh;
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Residências com padrão trifásico: valor referente ao consumo de 100 kWh.
Então, se tomarmos como exemplo uma tarifa vigente de R$0,68 / kWh, teríamos:
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Monofásico: R$ 20,40
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Bifásico: R$ 34,00
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Trifásico: R$ 68,00
Para saber qual é o padrão de entrada da sua casa, basta olhar a sua conta de luz.
O padrão de entrada de cada residência é definido pela distribuidora de acordo com o consumo elétrico estimado, feito quando o consumidor solicita a ligação de luz.
O cálculo é feito com base no número de pessoas que irão morar na casa e a quantidade de equipamentos eletrônicos que serão ligados.
É importante lembrar que, caso o consumo da residência aumente de forma significativa, o padrão de entrada deverá ser trocado.
Um exemplo é no caso da instalação de aparelhos de ar-condicionado, que consomem grandes cargas.
Um sinal de que o padrão de entrada precisa ser atualizado é a queda constante do disjuntor.
Taxa mínima para quem instala energia solar: como funciona?
Sim, a taxa mínima ainda deve ser paga mesmo se você instalar um sistema fotovoltaico.
E o motivo é simples: porque você continua utilizando a energia da distribuidora.
Acontece que os sistemas só geram energia durante o dia, quando há luz do sol.
Durante à noite, ou mesmo em momentos de pouca luminosidade, a energia da rede é utilizada para suprir o consumo, total ou parcialmente.
Isso porque a energia elétrica é algo instantâneo, caso não seja consumida no momento de geração, ela deve ser direcionada para (ou armazenada em) algum lugar.
Durante o dia, boa parte da energia gerada pelo sistema não será consumida na residência, sendo ela então injetada na rede.
Assim, nos sistemas fotovoltaicos conectados à rede, mesmo que a energia gerada pelo sistema durante o mês seja igual ou maior que a demanda, ela em si não será totalmente consumida na casa.
Mas isso não significa que o seu sistema gera energia de graça para a distribuidora.
Deixa eu te explicar como funciona.
Funcionamento dos Sistemas fotovoltaicos conectados à rede (on-grid)
O funcionamento começa pelas placas solares, que geram energia durante as horas de sol do dia.
Essa energia é enviada ao inversor fotovoltaico, que adapta sua corrente ao formato utilizado pelos aparelhos elétricos.
É esse equipamento o responsável também por fazer essa troca da energia gerada com a energia da rede elétrica.
Assim, ele envia para a rede toda a energia excedente gerada pelo sistema durante o dia e, a noite, puxa da rede a energia que será consumida na casa.
Veja abaixo uma animação rápida e bem explicativa sobre o funcionamento de um sistema On-Grid:
Você viu, então, que toda energia injetada na rede pelo seu sistema se transforma em créditos energéticos para você.
Por sua vez, esses créditos abatem a energia que você utilizou da rede.
Como os sistemas são dimensionados para gerar toda a energia consumida na casa, os créditos gerados serão sempre suficientes para abater o consumo da rede.
Muitas vezes, eles serão até superiores ao que foi consumido, sendo que o excedente continua válido para você por até 60 meses.
No entanto, a sua conta de luz não virá zerada por conta da taxa mínima.
Além dela, será cobrado também o valor referente a contribuição do custeio de iluminação pública.
Todos esses valores virão discriminados na sua conta de luz no final do mês.
Qual a vantagem da energia solar?
Dessa forma, você pode me dizer que a instalação de um sistema fotovoltaico não se torna vantajosa.
Mas eu te digo: ela é sim!
Sem um gerador solar, mesmo que o seu consumo mensal te isente da cobrança da taxa mínima, você ainda deverá arcar com o custo da iluminação pública e, o pior, o alto preço da energia elétrica no Brasil e que segue aumentando.
Com um gerador, não só você conseguirá eliminar todo o custo da energia da distribuidora, mas também ficar livre de sua inflação por mais de 25 anos.
É isso mesmo. Reajustes de tarifas e bandeiras tarifárias não te afetam mais depois que você instalar um sistema solar.
Toda a energia que você consome virá através da luz do sol: gratuita, limpa e livre de inflação!
Mas isso não é tudo, deixei o melhor pro final.
Uma vez que você obtém o retorno do valor investido no seu sistema através da economia na conta de luz, podemos concordar que ele irá se pagar após um tempo, correto?
É o chamado payback do sistema, que é o prazo para retorno do investimento em energia solar.
O payback para um sistema residencial no Brasil, hoje, é de 4 a 5 anos, em média.
Considerando que o sistema possui vida útil acima de 25 anos, você terá, no mínimo, 20 anos de energia grátis!
Ou seja, vinte anos pagando somente a taxa mínima ao invés de continuar arcando com o preço da energia.
É ou não é vantagem?
Além dessas, conheça outras vantagens da energia solar:
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Pouca manutenção;
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Rápida instalação;
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Geração silenciosa;
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Valorização do imóvel;
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Isenção de ICMS e PIS e COFINS sobre a energia produzida;
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Desconto no IPTU (dependendo do município).