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Empresas familiares ensinam sobre a gestão do seu negócio

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Glauco Diniz Duarte

O empresário Glauco Diniz Duarte afirma que “muitas empresas familiares são administradas com uma boa dose de senso comum em um mundo onde essa característica parece ser cada vez mais rara”. Para ele, isso é um diferencial muito positivo. É como voltar para dentro da caixa, para encontrar lá o que as outras organizações, empolgadas com o que tem fora, não conseguem perceber.

“As firmas de família não são perfeitas, claro. Sucessões mal administradas podem ameaçar sua sobrevivência. E há sempre a possibilidade de haver discussões entre pais, irmãos, primos, sogros. Mas há organizações ótimas e diretores de empresas de capital aberta podem aprender várias lições com elas”, afirma Glauco.

Respeito aos valores da empresa
Segundo Glauco, as boas empresas familiares sempre levam a sério os valores da organização. “A filosofia e os princípios de seus fundadores são passados de geração em geração, moldando a cultura e a identidade da empresa”, afirma.

Glauco complementa dizendo que não sente a mesma força na posição dos executivos de grandes companhias não familiares. “Às vezes, fico um pouco cético quando os CEOs de empresas de capital aberto falam sobre os valores das mesmas”, afirma. Segundo Glauco, eles, geralmente, não permanecem em seus cargos por mais de quatro ou cinco anos, e esse é um grande problema.

Como exemplo de CEO de empresa de capital aberto que sabe aproveitar bem isso Glauco cita Paul Polman, da Unilever, que está desde 2009 à frente da gigante. O professor ressalta que o executivo entendeu que “levar a sério os valores corporativos ajuda as empresas a ganharem a confiança das pessoas e atrair funcionários talentosos”.

Visão de longo prazo
As empresas familiares longevas são aquelas que tomam decisões sempre pensando no longo prazo, justamente porque pensam no futuro de suas próximas gerações. “As melhores empresas familiares são operadas de maneira sustentável, pensando no longo prazo e tomam decisões de investimento com base nisso”, afirma Glauco.

O empresário explica que compreende a pressão que é exercida pelos investidores sobre a direção das companhias de capital aberto, por resultados no curto prazo. Mas acredita que gestões focadas sempre no resultado imediato podem ficam reféns do trivial e esquecer do que vai, de fato, dar base para um crescimento mais sólido.

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