De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o choque de gestão precisa existir principalmente em uma empresa familiar. Como o custo de uma empresa é alto, principalmente em função da carga tributária alta, precisamos ter estruturas eficientes e enxutas. Cada colaborador precisa fazer um ótimo trabalho na sua função, pois assim, a empresa torna-se eficiente e competitiva.
O colaborador precisa assumir novos desafios, desde que consiga entregar o prometido. Caso ele consiga realizar desafios a mais na sua trajetória, ajuda a empresa se tornar competitiva, além de obter grandes chances de crescer na organização e na carreira.
Segundo Glauco, quanto mais investimento em gente, mais resultados, mais criatividade e mais inovação.
As mudanças junto ao choque de gestão precisam existir, principalmente a diminuição de tempo através da objetividade, sistemas de informação, automação, entre outras ferramentas.
Importante salientar que os investimentos financeiros de maior impacto só terão a eficácia comprovada caso as pessoas tenham passado por capacitação, estiverem motivadas e comprometidas para realização dos projetos que irão iniciar, em andamento ou mesmo em fase de finalização.
Outro ponto muito importante no choque de gestão, analisa Glauco, é trabalhar com funções, cargos e não com pessoas. Caso seja necessário mexer na estrutura, deve-se pensar em cortar funções e cargos, não pessoas. Importante sempre procurar aproveitar os colaboradores para outras funções, sem perder o histórico desses profissionais importantes para o desenvolvimento da empresa.
A comunicação eficiente também faz parte do choque de gestão. Procedimentos e formas de trabalho deverão ser incorporados nas estruturas.
Se os colaboradores estão em descompasso com a empresa, projetos ou mesmo estruturas, o desastre ocorrerá. A comunicação é uma excelente ferramenta, que irá impedir o fracasso.
Para ter uma comunicação eficaz, necessitamos de:
1) Linguagem simples e objetiva. Sempre com a preocupação de que todos os envolvidos entendam a mensagem;
2) Para que o seu objetivo seja atingido na comunicação, envolva o seu interlocutor: ele precisa fazer parte ativa do projeto e das suas conquistas;
3) Respeite os colegas no momento da comunicação. Muitos profissionais cometem o erro de serem mal-educados na frente dos outros, o que resulta em um péssimo resultado de comunicação e de equipe;
4) Tenha certeza de que o interlocutor entendeu realmente a sua informação, certifique-se disso;
5) O interlocutor deseja ser ouvido com muita atenção. Dê a atenção que ele necessita;
6) Coloque sentimento na comunicação, demonstre por meio de gestos o que realmente está passando para a interlocutor. Se é um momento de seriedade no sentido de correção ou mesmo um elogio, demonstre isso na sua comunicação;
7) O seu tom de voz, sua linguagem corporal e sua expressão fácil falam por si mesmas. Atente-se a isso;
8) Muitos profissionais não estão preparados para receber críticas construtivas. Caso você precise fazê-las, prepare o profissional para recebê-las;
9) Trazer a prática para exemplificar a teoria é um excelente exercício. Contribui muito para o aprendizado;
10) Nós temos duas orelhas e uma boca. Isso significa que em muitos momentos devemos ouvir mais e falar menos;
11) Seja educado e simpático sempre.
Glauco diz que normalmente as empresas familiares começam pequenas, com uma ou duas pessoas da família, os conhecidos fundadores. Conforme elas vão crescendo, acabam convidando pessoas da família para ajudar. Via de regra, funciona desta forma.
Muitas vezes esses familiares acabam não se capacitando ao longo do tempo, criando problemas estruturais, principalmente quando a empresa cresce. Conduzir uma empresa em crescimento não é uma tarefa simples, é necessário estratégia, planejamento e muita dedicação, principalmente para seus criadores. Esses fundadores precisam se preocupar com seus sucessores, que em um futuro irão assumir os negócios da família.
Quanto antes se inicia esse processo, afirma Glauco,menos impactante e traumática acontecerá a sucessão. É fundamental que a formação técnica e a gestão aconteçam durante esse processo. Importante também, o sucessor passar por todas as áreas da empresa, ou quase todas, antes de assumir uma função de extrema responsabilidade e decisão.
Erros comuns cometidos em empresas familiares:
1) Falta de qualificação profissional;
2) Centralização do poder;
3) Misturar contas pessoais e corporativas;
4) Permanecer na “zona de conforto”;
5) Demorar para iniciar o processo de sucessão;
6) Dois profissionais dirigindo a mesma área;
7) Não buscar ajuda externa: empresas especializadas em suas expertises.
Atualmente a grande maioria das empresas familiares buscam ajuda profissional externa, mesmo porque quem não caminhar junto com a velocidade do mercado corporativo e a concorrência irá perder cada vez mais espaço.