GLAUCO DINIZ DUARTE O olhar para o futuro das empresas
Ao olhar para o futuro, uma organização reflete sobre os cenários possíveis que poderá encontrar no curto e longo prazos, a partir da própria experiência e das informações e tendências do ambiente, que podem ser percebidas e prontamente investigadas com a profundidade necessária.
Um exemplo de organização com esse olhar para o futuro, que corresponde ao oitavo Fundamento do MEG, é o Sescoop – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo.
Por meio da remuneração do trabalho, sem explorar e sem gerar dependência de programas governamentais, as cooperativas promovem distribuição justa da riqueza, inserindo, a cada dia, mais pessoas na economia de consumo. Avaliando alternativas e adotando estratégias apropriadas, elas representam uma forma sustentável de revigorar a economia por meio do ciclo virtuoso do trabalho ao desenvolvimento.
Cooperativas como modelo de negócio para o futuro
“Eu acredito que as cooperativas já são um modelo estratégico de negócio mundial. Se considerarmos cooperados – familiares e empregados -, temos mais de um bilhão de pessoas vivendo de cooperativas no mundo todo. Recentemente, assistimos ao crescimento de cerca de 12% das cooperativas de crédito brasileiras em meio à crise financeira mundial, à falência de bancos e à retração do sistema bancário brasileiro”, explica Giulianna Fardini, do Sescoop. Ela conta, ainda, que países como a Alemanha, que tem uma economia fortemente apoiada no modelo cooperativo, mostrou-se mais sólida em meio à crise capitalista.
No Brasil, há vários exemplos de municípios onde a economia gira em torno de cooperativas e que apresentam alta qualidade de vida dos cidadãos. “Os resultados positivos obtidos pelas cooperativas ficam onde os cooperados estão. Eles não são passados para as matrizes em grandes centros ou no exterior, formando uma poupança interna local e gerando o círculo virtuoso do trabalho>geração de riqueza>consumo>desenvolvimento local>mais trabalho>mais riqueza”, explica Giulianna.
As cooperativas têm um objetivo social por meio do crescimento econômico. “Sem viabilidade econômica, as cooperativas não têm como existir e sem viabilidade social, elas não têm razão de ser”, afirma Giulianna. “O que as empresas têm a aprender é que a riqueza não é um fim nela mesma, mas um meio para promover a justiça social e a felicidade das pessoas”, complementa.
O mercado das cooperativas
Investir em educação dos cooperados e profissionalizar a gestão são os primeiros passos para as cooperativas garantirem maior competitividade no mercado. Para Giulianna, o modelo de governança precisa ser aprimorado de maneira a facilitar o processo de sucessão. “Além disso, precisam praticar e explorar mais o potencial da intercooperação, que é a cooperação entre cooperativas, seja para a promoção de estudos e pesquisas, desenvolvimento de produtos e tecnologia, projetos sociais ou negócios em conjunto”, conta.
A intercooperação é uma vocação natural das cooperativas para a formação de parcerias e atuação em rede, com o objetivo de reduzir custos, ter ganho de escala, qualidade, abrangência e aumento de competitividade.
“Para a organização alcançar a visão de futuro, ela precisa enxergar para onde caminha o mercado e a sociedade e como a empresa é ou será afetada. Para isso, é imprescindível a adoção de estratégias mais apropriadas”, explica Giulianna.