GLAUCO DINIZ DUARTE Mudança radical. O Corvette vai ter o motor “atrás das costas”
Nós temos o Porsche 911, os norte-americanos têm o Chevrolet Corvette como o seu ícone desportivo máximo. A oitava geração (C8), no entanto, promete “virar do avesso” tudo o que sabemos sobre o lendário desportivo — o novo Corvette terá o motor em posição central traseira.
Literalmente faz décadas — desde os anos 60 — que se fala de um Corvette com motor em posição central traseira. Os vários protótipos concebidos nesse sentido ao longo dos anos deram azo a rumores constantes de que estaria para breve um Corvette mid-engine.
Lançado em 1953, o Corvette tem-se mantido, no entanto e desde sempre, fiel à arquitetura de motor longitudinal dianteiro e tração traseira. Depois de tantos rumores, quase-certezas e declarações oficiais esperançosas, só foi preciso esperar quase 60 anos para que o Corvette mid-engine se tornasse facto.
Agora é oficial. A nova geração do lendário Chevrolet Corvette verá o seu motor migrar da posição dianteira longitudinal para uma posição central traseira longitudinal. A sua apresentação oficial acontecerá a 18 de julho de 2019.
Porquê mudar?
Esta mudança radical filosófica permitirá novos e mais altos voos ao Corvette, tanto no capítulo da performance como do preço, sobretudo quando comparado com os “exóticos” europeus.
A competição é também um dos motivos para tão radical mudança. As vantagens de ter o motor “atrás da costas” — com uma pequena ajuda dos regulamentos — têm sido demonstradas pelos seus rivais em circuitos (até o 911 RSR é agora mid-engine).
Queremos acreditar que o principal alvo da Chevrolet seja o escalpe do Ford GT, uma máquina concebida de raíz para competir, onde foram operadas as alterações mínimas possíveis para poder circular em estrada.
O que já sabemos?
O motor pode ter mudado de sítio, mas o Corvette manter-se-á fiel ao V8. A versão de acesso, de acordo com os rumores, deverá contar com uma evolução do atual LT1, o small block de 6.2 l naturalmente aspirado que podemos encontrar no atual Corvette, mas com a potência a subir para um valor a rondar os 500 cv (+ 40 cv). A transmissão, ao que tudo indica, deverá passar, exclusivamente, por uma caixa de dupla embraiagem.
É apenas o ponto de partida. O Corvette atual, no todo-poderoso ZR1 debita 765 cv, pelo que é mais do que previsível que surja, versões bem mais possantes e rápidas.
De momento os rumores parecem estar um pouco por toda a parte — desde o desenvolvimento de um novo V8 twin turbo de cambota plana para versões mais possantes; a um sistema híbrido, proporcionando tração às quatro; até a variantes como uma carroçaria do tipo targa.
O que acontecerá ao Corvette “clássico”?
O Chevrolet Corvette C7, atualmente à venda, continua a ser uma máquina muito apreciada pelo seu preço acessível (para um desportivo V8) e pela sua usabilidade — a bagageira de 425 l de capacidade continua a ser referencial no universo dos verdadeiros desportivos.