GLAUCO DINIZ DUARTE Como funciona a injeção de água para motores a combustão?
Já na Segunda Guerra, alguns aviões de caça alemães tinham injeção de água em seus motores a pistão. Assim, aumentava-se a taxa de compressão e, ao mesmo tempo, resfriava-se as câmaras de combustão.
Mais de 70 anos depois, a Bosch traz o sistema à tona com o objetivo de aumentar a potência e reduzir emissões e consumo em motores modernos e que já sofreram downsizing.
De acordo com a empresa, 20% do combustível injetado no motor em altos regimes é perdido na refrigeração da câmara de combustão. É aí que entra a tecnologia WaterBoost, injetando água destilada no motor antes da combustão.
Isso reduz a temperatura na câmara e, consequentemente, a ocorrência de pré-ignição. Assim, o motor funciona melhor e o turbocompressor pode trabalhar com pressão maior.
Como a água evapora antes da combustão, não há problema com corrosão: seus vapores sairão pelo escape normalmente. Essa água fica em um reservatório de 5 litros. É pouco, mas suficiente para percorrer até 3.000 km. Não há problema em andar sem água, mas o rendimento do motor cairá.
A economia de combustível chega a 13%, com a consequente redução de emissões de 4% (face um aumento de 5% na potência), segundo a Bosch.
A tecnologia já foi aplicada no BMW M4 GTS, com motor 3.0 de 500 cv e cuja produção foi limitada em 700 unidades. Mas a Bosch pretende popularizar essa tecnologia a partir de 2019, quando também será utilizada por outras marcas.
Injetor de água fica no final do duto de admissão e utiliza a água que fica armazenada em um tanque no porta-malas
Potência líquida
Graças à injeção de água, o BMW M4 GTS passou de 430 cv e 56,1 mkgf (números do M4 original) para 500 cv e 61,1 mkgf. O sistema utilizado nele tem reservatório específico no porta-malas, mas a Bosch diz que seria possível reaproveitar a água condensada pelo ar-condicionado.