GLAUCO DINIZ DUARTE Sistema SCR: desvendando a redução catalítica seletiva em motores diesel
Com o aumento da preocupação com a saúde do meio ambiente, foram criados regulamentos de controle emissões de poluentes por veículos automotores. Visando atender aos requisitos do EuroV e do Proconove P7, foi criado o sistema SCR, ou Sistema de Redução Catalítica Seletiva.
No post de hoje, vamos explicar como o SCR funciona e qual a sua importância. Acompanhe.
O que é e como funciona o sistema SCR
O sistema SCR é, basicamente, um sistema de pós-tratamento de gases de escape, que melhora o desempenho do veículo e reduz a emissão de gases poluentes.
Seu princípio básico consiste na injeção de um fluido chamado ARLA (Agente de Redução Líquido Automotivo) 32, com monitoração constante por meio de um sistema eletrônico.
Este líquido, cuja base é ureia de alta pureza, em conjunto com um catalisador, reage com os NOx (óxidos de nitrogênio) e CO2 (dióxido de carbono), formando amônia e água, que não são tóxicos para a natureza.
O sistema SCR conta com cinco componentes básicos:
Dois sensores de temperatura, localizados antes e depois do sistema SCR;
Um sensor de NOx (óxidos de nitrogênio);
Uma ECU, responsável por analisar os dados e controlar os atuadores;
Unidade de bombeamento do ARLA 32;
Injetor do ARLA 32.
O sistema SCR só passa a funcionar quando o motor, já em funcionamento, atinge certa temperatura. O sensor de NOx envia constantemente as informações coletadas para a ECU, que se certifica de que todos os resíduos foram devidamente transformados em componentes atóxicos.
Este sistema pode reduzir em 95% as emissões de NOx e de 4 a 6% do dióxido de carbono.
O ARLA 32, fabricado de materiais derivados do petróleo, deve ter um tanque próprio e separado do diesel. É preciso também haver um indicador no painel, assim como o de combustível.
Os proprietários de veículos com sistema SCR que não “abastecerem” o tanque de ARLA 32 terão o desempenho de seus carros e/ou caminhões bastante reduzidos.
Testes simples no sistema SCR
Teste do injetor obstruído
Por ser um sistema relativamente novo, alguns pequenos problemas podem aparecer. Um dos mais comuns é o injetor ficar entupido devido à cristalização do ARLA 32.
Para realizar um teste, é necessário desligar o veículo e desmontar a unidade dosadora. Com ajuda de uma proveta, é possível checar qual a quantidade de líquido que está sendo injetado.
Teste do sensor de temperatura
Conecte um multímetro entre o terminal 08 e o conector B do módulo do motor e o terra: quanto maior a temperatura, menor será a tensão e maior será a resistência.
Teste do módulo de dosagem do ARLA
Primeiramente, é necessário conectar um multímetro no terminal 1 do injetor e no terra. O valor da tensão encontrada deve ser o mesmo da bateria com o motor funcionando ou a ignição ligada;
Em seguida, conectar um multímetro/osciloscópio no terminal 2 do injetor e no terra. Sempre que o injetor estiver acionado, valores negativos devem ser retornados, o que indica o módulo estar gerenciando a abertura do injetor.
Um último teste é conectar um multímetro nos terminais 1 e 2 do injetor para medir a resistência. O valor nunca deve ser menor que 13,2 ohm e também nunca deve ultrapassar 21,0 ohm.
O sistema SCR é muito vantajoso, pois, apesar de os veículos a diesel representarem apenas 10% da frota, são responsáveis por 50% da poluição.
Os veículos com sistema SCR não podem ser modificados, pois isso pode gerar multas altíssimas.
Vale lembrar que o sistema SCR, juntamente com o combustível de alta performance, como o diesel S-10, vão garantir um carro muito mais eficiente sem prejudicar o meio ambiente!